TCE investiga contrato de R$ 19 milhões em combustíveis firmado pela prefeita de Maués
Em um município que enfrenta problemas crônicos em saúde, infraestrutura e educação, a prefeita Macelly Veras (PDT) decidiu autorizar um contrato escandaloso de R$ 18.756.940,00 para a compra de combustível. O caso já se tornou alvo de investigação por parte do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM). O contrato, formalizado no Pregão Eletrônico nº 90.013/2025 e publicado no Diário Oficial dos Municípios no dia 14 de agosto, prevê o fornecimento de combustível por três empresas da cidade.
O montante beira o inacreditável: quase R$ 19 milhões apenas em combustível. Para se ter ideia, o valor daria para renovar completamente a frota municipal, investir em pavimentação de dezenas de ruas ou custear melhorias urgentes na saúde — setor onde a população sofre com falta de atendimento, medicamentos e infraestrutura. A ausência de detalhes sobre a destinação do combustível contratado e os critérios usados para calcular essa necessidade só aumenta a gravidade da situação. Não há transparência sobre o volume estimado, tampouco justificativas plausíveis para um gasto dessa magnitude.O TCE-AM já abriu uma representação formal contra a prefeita Macelly Veras, por suspeita de gestão temerária, omissão e possível direcionamento de recursos públicos. A investigação foi aberta no dia 7 de agosto e está sendo conduzida pelo Ministério Público de Contas, que pode convocar a prefeita, secretários e responsáveis pelo processo licitatório.
Enquanto isso, a Câmara Municipal de Maués segue em silêncio absoluto, sem questionar os gastos, sem convocar audiências, e sem cumprir seu papel de fiscalização — atitude que levanta suspeitas de conivência ou, no mínimo, omissão grave. A revolta entre moradores é crescente. Com ruas esburacadas, escolas com estrutura precária e unidades de saúde sem remédios, a notícia de que a Prefeitura vai gastar quase R$ 19 milhões só com combustível soa como um deboche à população de Maués.