Menina de 5 anos morre após suposta queda em banheiro e perícia aponta sinais de tortura em Manaus
Uma criança de apenas 5 anos e 8 meses, identificada como Rafaely Stacey Ramirez Lima, morreu na madrugada de quarta-feira (27), em Manaus, em circunstâncias ainda cercadas de dúvidas. O caso ocorreu no bairro Tancredo Neves, zona Leste da capital, e está sob investigação da Polícia Civil do Amazonas.
Segundo informações iniciais, Rafaely teria sofrido uma queda dentro do banheiro da residência onde morava com a mãe e a madrasta. A menina foi socorrida por volta das 5h30 da manhã e encaminhada ao Hospital Joãozinho, na zona Leste. No entanto, deu entrada já em estado gravíssimo e morreu apenas seis minutos depois, às 5h36.
A madrasta relatou aos policiais que ouviu um barulho vindo do banheiro e, ao verificar, encontrou a criança quase desacordada. No trajeto até o hospital, feito por carro de aplicativo, a mulher disse ainda ter tentado reanimar a menina, mas sem sucesso.
Familiares também informaram que, no dia anterior, Rafaely havia caído de bicicleta por volta das 13h, mas, segundo eles, seguiu o restante do dia normalmente, brincando e sem apresentar sinais de dor ou alterações em seu comportamento.
Outro detalhe é que, na noite do ocorrido, a família estava em processo de mudança de endereço, o que dificultou precisar o horário exato em que a suposta queda no banheiro teria acontecido.
Apesar da versão apresentada pela mãe e pela madrasta, o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) levantou novas suspeitas. O documento aponta que a causa da morte da criança foi choque hemorrágico, lesão hepática e renal, trauma abdominal fechado e asfixia mecânica. Esse tipo de diagnóstico sugere uma forte pancada na região do abdômen, além de sinais compatíveis com sufocamento ou estrangulamento. A perícia também identificou indícios de maus-tratos.
Diante das inconsistências entre o relato familiar e as conclusões da perícia, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar se a morte de Rafaely foi de fato acidental ou resultado de violência doméstica.
O caso está sendo acompanhado pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), que deve ouvir testemunhas, familiares e aguarda os laudos complementares para esclarecer as circunstâncias da tragédia.
A morte precoce de Rafaely comoveu moradores do bairro Tancredo Neves e levantou questionamentos sobre a rotina da criança dentro de casa. A investigação deve apontar se o episódio se tratou de um acidente doméstico ou de um caso de agressão que culminou em homicídio.

