Contrato de R$ 42 milhões: hospital veterinário do AM é entregue a entidade paulista com aval político
Em um movimento que transforma a causa animal em um lucrativo feudo político e orçamentário, o Governo do Amazonas, sob a gestão de Wilson Lima (União Brasil), destinou um contrato de R$ 42 milhões para entregar a implantação e administração do Hospital Público Veterinário do Estado à Sociedade Paulista de Medicina Veterinária (SPMV). O negócio é chancelado e gerido diretamente pela secretária de Estado de Proteção Animal (Sepet), a deputada licenciada Joana Darc (União Brasil), principal aliada do governador.
O contrato, estabelecido via Chamamento Público nº 001/2025, solidifica Joana Darc como gestora de um orçamento monumental, concentrando poder sobre o uso de R$ 42 milhões dos cofres públicos estaduais. A SPMV, uma entidade de fora do estado, torna-se a executora da política animal sob a tutela da secretária, que não apenas comanda a pasta de onde os recursos são liberados, mas também mantém um vínculo público com a instituição paulista, sendo sua seguidora nas redes sociais. Baixa Concorrência e Prazos Suspeitos .O que deveria ser um avanço para o bem-estar animal se transforma em um caso de gestão opaca. O processo de seleção foi marcado pela ínfima concorrência.
Apenas duas entidades participaram: a SPMV, que foi classificada com 71,5 pontos, e o Instituto Transformar, prontamente desclassificado. A celeridade do processo levanta a principal suspeita de direcionamento: do lançamento do edital à homologação e assinatura do contrato milionário, transcorreu pouco mais de um mês.
A pressa em entregar a gestão do Hospital Veterinário à SPMV, uma organização de outro estado, sem concorrência robusta, sugere que o resultado do Chamamento Público já estava predeterminado em favor da entidade ligada ao núcleo de poder da Sepet.
O Fator Joana Darc: Centralização e Acúmulo de Polêmicas
A nomeação de Joana Darc para a Sepet, com sua consequente licença da Assembleia Legislativa, é a chave para o negócio de R$ 42 milhões. Ela passou a ser a gestora direta do contrato, centralizando a decisão orçamentária e operacional.
A figura da secretária, que já acumula histórico de polêmicas — desde a exploração midiática da capivara “Filó” até denúncias de falta de transparência em convênios anteriores —, agora comanda o maior orçamento da causa animal no estado. A entrega da gestão à SPMV é o ápice da política de terceirização de alto custo, conduzida sob o comando político de uma aliada que Wilson Lima tem sistematicamente fortalecido.

