Aneel avalia aumento na tarifa de energia durante horário de pico no Brasil
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu início a estudos para expandir o alcance da Tarifa Branca, modelo que varia o preço da energia conforme o horário de consumo. A medida pode afetar 2,5 milhões de consumidores de baixa tensão, entre eles grandes residências, comércios e pequenos serviços que utilizam mais de 1.000 kWh por mês.
Na prática, a Aneel avalia implementar uma migração automática para esse grupo a partir de 2026, sem necessidade de adesão voluntária. A proposta ainda passará por consulta pública antes de ser aprovada. Atualmente, quem está na tarifa convencional paga o mesmo valor pela energia em qualquer hora do dia. Já a Tarifa Branca diferencia os preços: Mais cara nas horas de pico (entre 18h e 21h); Intermediária nas transições (17h e 22h); Mais barata no restante do dia.
De acordo com a Aneel, o objetivo é incentivar o uso mais eficiente da energia, especialmente com o crescimento de fontes renováveis, como a solar e a eólica, cuja oferta é maior durante o dia. “Entre 10h e 14h, temos abundância de energia limpa e barata.
Mas, ao anoitecer, quando o consumo sobe e a geração solar cessa, o sistema precisa acionar fontes mais caras”, explica o órgão. Apesar dos benefícios, a adesão atual é mínima: apenas 0,1% das 75 milhões de unidades consumidoras elegíveis optaram pela Tarifa Branca. A agência acredita que a falta de informação e o hábito de consumo fixo estão entre os principais motivos da baixa participação.
A mudança exigirá a substituição dos medidores por equipamentos capazes de registrar o consumo hora a hora. As distribuidoras serão responsáveis pela troca e deverão orientar os consumidores sobre como adaptar hábitos e aproveitar os horários mais econômicos.
Segundo a Aneel, a medida faz parte da transição para um sistema elétrico mais moderno e sustentável. “A Tarifa Branca é um passo importante para equilibrar oferta, demanda e sustentabilidade, premiando quem consome de forma inteligente”, afirma o documento técnico. A previsão é de que as regras definitivas sejam divulgadas em 2025, com início da implantação gradual no ano seguinte.

