Advogada de PMs acusados de estupro diz que indígena mente sobre abusos em delegacia
Viviane Batalha Cacau, a advogada dos policiais acusados de estuprar uma indígena por mais de 9 meses na delegacia de Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas, afirmou que os clientes são inocentes e que a vítima está usando da situação para se obter benefícios já que foi condenada por participação em um homicídio.
“Ela não é bichinho do mato que não sabe o que está acontecendo. Ela sabe muito bem que qualquer declaração que ela fizer contra os policiais, ela vai se beneficiar de alguma forma (…) E deve ser acompanhada por um profissional qualificado para identificar e diagnosticar a situação dela mentiras, creio que ela seja uma mitomaníaca e a situação dela de alegar qualquer coisa e ser dado crédito e aparecer essa mídia toda em favor dela, acaba facilitando a situação de outras outros casos inverdades”, disse.
A advogada, que também é indígena da etnia Kokama, disse que os clientes foram prejudicados pela repercussão dada ao caso nos veículos de comunicação e que isso foi um fator decisivo para que a Justiça decretasse a prisão dos mesmos.
“Nesses casos de violência sexual, o juiz ele vai analisar a palavra da vítima. Teve a palavra da vítima em todos os momentos, mas nada que comprove que realmente teve a autoria por parte deles. Então, foi uma situação arbitrária, porque não teve comprovação da autoria. Pela repercussão que houve, o Ministério Público agiu para manter a ordem pública. Então, é essa a decisão que está lá, pela ordem pública, inclusive a midiática”.
Viviane já conhecia os policiais acusados de estupro e chegou a dizer em coletiva de imprensa, nesta manhã, que sempre foi “bem recebida na cadeia” e reiterou que acredita na inocência dos mesmos.
Apesar da afirmação de que não há provas do crime, exames periciais realizados na detenta pouco antes da transferência da mesma para Manaus, atestaram que a vítima sofreu estupros sucessivos na prisão. Ela inclusive, tinha marcas de mordidas e agressões pelo corpo, além ter ferimentos nos órgãos genitais e um quadro de hemorroida gravíssimo adquirido por conta dos abusos sofridos.
Ainda assim, a advogada dos acusados sustenta a tese de que indígena está “mentindo” e reafirma que os policiais presos estão tranquilos e seguros da suas
versões.
“Apesar dessas acusações, eles estão tranquilos. O problema é que a repercussão acaba prejudicando a família, a imagem deles foi veiculada e aí isso é prejudicial para a imagem deles, mas apesar de tudo eles estão tranquilos de que a verdade vai aparecer”.
A defensora enfatiza que tem certeza da inocência dos policiais e disse que acredita que a acusação da indígena é um exagero.

