Polícia se manifesta sobre estupro de indígena em delegacia no Amazonas
A Polícia Civil se manifestou sobre o caso da indígena de 29 anos que foi estuprada por policiais militares e um guarda municipal durante nove meses, enquanto estava presa na delegacia da cidade fronteiriça de Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas.
Em nota, a corporação afirma que abriu uma investigação interna para apurar o ocorrido, assim como a Polícia Militar e também a Corregedoria; confira a nota:
“A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do Departamento de Polícia do Interior (DPI), instaurou procedimento para apurar o caso ocorrido na 53ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Santo Antônio do Içá. A Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública do Amazonas, também, instaurou procedimento para apurar o caso. A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) também instaurou Inquérito Policial Militar (IPM), o qual está em fase final de investigação”.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados, segundo a polícia, com o objetivo de que o andamento das investigações não sejam prejudicados. A PC afirma ainda que o caso tramita sob sigilo.
A denúncia sobre o caso ganhou repercussão nacional nesta terça-feira (22), ao ser divulgada pelo site Uol. Na publicação, o advogado da vítima revelou que a indígena foi presa no dia 11 de novembro de 2022, exatamente 21 dias após dar à luz, ficou em uma cela mista divida com outros homens por mais de nove meses e durante esse período, sofreu estupros sucessivos por parte de quatro policiais e um guarda municipal.
Na publicação, a defesa disse ainda que os abusos ocorriam todas as noites, inclusive na presença do filho e que eram marcados por agressões e ameaças. Em algumas situações, os estupros eram coletivos e os abusadores se revezavam nas torturas e no ato sexual.
Por conta disso, a indígena adquiriu doenças graves e passou a sofrer com depressão. Ela tentou suicídio várias vezes e atualmente está em tratamento médico e psicológico.

