Polícia esclarece polêmica sobre entrevistas de delegados no Amazonas
O delegado geral Bruno Fraga concedeu um coletiva de imprensa para explicar sobre as mudanças na portaria que autoriza a concessão de entrevistas de delegados no Amazonas.
Segundo o delegado as alterações foram feitas a fim de organizar o fluxo de informações para todos os veículos, além de impedir que dados sigilosos sobre investigações que ainda estão em andamento sejam divulgados de maneira prematura e atrapalhem o trabalho da polícia.
“O âmbito da portaria é tão somente para que a nossa assessoria de comunicação tenha conhecimento acerca de todos os fatos que estejam sendo distribuídos para a imprensa (…) Na verdade, essa terminologia entrevista, nós vamos retificar para coletiva. O que acontecia antes é que determinadas ocorrências que são de grande repercussão aconteciam na delegacia A ou na delegacia B, próprio colega fazia a convocação da coletiva, sem conhecimento da nossa assessoria de comunicação. Isso prejudica o trabalho da polícia, por vezes que outras informações que devem ser mantidas em sigilo acabam sendo veiculadas e em confronto com outras operações que estão também delineadas e e agrupadas a esse fato”.
De acordo com Fraga, as alterações foram aprovadas por toda a diretoria da polícia, inclusive por representantes de sindicato. Ele garante, porém, que o trabalho dos jornalistas não será cerceado por conta disso.
“Não há e nunca haverá qualquer impedimento à atividade dos jornalistas. Vocês são o braço, vocês são os nossos olhos, são as nossas bocas que levam as informações para nossa sociedade, que levam o trabalho da polícia civil. Então, em momento algum houve ou haverá o tolhimento do exercício do jornalismo. Se alguém teve esse exercício limitado, eu gostaria muito de saber, depois vocês podem nos procurar, porque eu desconheço qualquer tipo de situação nesse sentido, mas nós estamos abertos para ouvi-los”, reafirmou.
Bruno também falou sobre o cuidado da polícia na divulgação de imagens de envolvidos em crimes (suspeitos, testemunhas, vítimas), e ressaltou que não há qualquer questionamento da polícia quanto ao sigilo das fontes dos jornalistas. Algo bastante criticado por instituições jornalísticas após a divulgação das mudanças. O delegado Fábio Pignata também falou sobre a questão do sigilo e disse que a portaria foi mal interpretada em vários pontos.
“É o tipo de informação relacionado à atividade investigativa, ela é totalmente diferente de outra informação, disponível, porque a gente tem que, inclusive, preservar a questão de vítimas, às vezes tem testemunhas sob segredo de justiça. Então, tem determinadas informações que não podem ser repassadas. Pode ter sido um equívoco em relação à interpretação da própria portaria, porque é de regulamentação, justamente, das condutas dos servidores, policiais, que é algo que vem ocorrendo no Brasil inteiro”, disse Fábio.

